Mais de 3,8 mil educandos das Estações Conhecimento celebram a herança afro-brasileira
Projetos desenvolvidos ao longo de 2024 ganharam destaque no mês da Consciência Negra
Com iniciativas pensadas para cada território, as cinco Estações Conhecimento mantidas pela Fundação Vale realizaram diferentes dinâmicas em novembro, com o objetivo de valorizar a história e a cultura afro-brasileiras e estimular a reflexão sobre questões sociais que afetam a população negra. Essas atividades representam o desdobramento de projetos desenvolvidos ao longo do ano e que dialogam com um currículo antirracista. Buscam apoiar e engajar os mais de 3,8 mil educandos atendidos – dos quais 78% se autorreconhecem como pretos e pardos – no compromisso com a justiça social, o respeito à diversidade e o protagonismo para a promoção de um mundo mais inclusivo e igualitário.
EC Marabá
De 12 a 14 de novembro, cerca de 1.400 pessoas assistiram a exposições e apresentações do projeto “A África está em nós”, protagonizadas por 300 crianças e adolescentes da Estação Conhecimento Marabá, no Pará, a partir de oficinas artísticas de capoeira, dança, jogos musicais, musicalização e teatro. Esta é a 10ª edição do evento, que desde 2015 promove diversas atividades e espetáculos abertos à comunidade. “Gosto muito de vir, porque minhas filhas participam do espetáculo e, também, porque sei que aqui elas aprendem a enfrentar o preconceito que existe lá fora”, comenta a autônoma Maria de Lourdes Ferreira, que todos os anos prestigia a programação.
EC Tucumã
Também no Pará, a Estação Conhecimento Tucumã engajou seus 798 educandos em dinâmicas para estimular a reflexão sobre a importância do combate ao racismo e promover a cultura afrobrasileira. De 11 a 14 de novembro, as crianças e adolescentes produziram os painéis “Dê um basta” e “Eu luto por”, em que registraram seus pensamentos sobre cada tema. Na semana seguinte, nos dias 19 e 20, participaram de brincadeiras de origem africana acompanhadas de explicações sobre suas histórias, entre elas, amarelinha africana, pega-bastão e escravos de Jó, além de diversos jogos de tabuleiro.
EC Arari
Em Arari, no Maranhão, a Estação Conhecimento foi palco do evento Sou África nos dias 18 e 19 de novembro, celebração da sequência didática semestral do seu Programa de Cultura, que, entre outras iniciativas, incluiu a estruturação de um acervo literário com livros de escritores negros e que dão protagonismo a pessoas negras. O evento buscou aprofundar o entendimento sobre influências africanas presentes no território e teve participação de 917 pessoas. A programação contemplou batalhas de rima e de breaking, roda de capoeira, contação de histórias, samba de roda, apresentações de grupos musicais e a palestra “Consciência Negra”, ministrada por Waldeci Vale, mestra em Ciências da Educação, professora da UFMA e presidente do Instituto Officina Affro.
EC Brumadinho
Situada num território marcado pela presença de quilombos, a Estação Conhecimento Brumadinho, em Minas Gerais, lançou mão do Esporte e da Cultura para fortalecer a conscientização sobre questões raciais e os valores de respeito e união. De 4 a 28 de novembro, 632 educandos discutiram sobre os saberes afrobrasileiros na música, culinária e linguagem brasileiras e refletiram sobre o país-berço da humanidade e a predominância de pessoas negras no Brasil. Bingo de palavras africanas, aquecimento corporal ao som de tambores ancestrais, palestra sobre racismo no esporte com atletas convidados e uma apresentação preparada pelos educandos estiveram entre as atividades.
EC Serra
E a Estação Conhecimento Serra, no Espírito Santo, desenvolveu uma série de ações durante todo o mês de novembro com o objetivo de fortalecer a identidade dos educandos e ajudá-los a compreender a importância dos saberes africanos para o presente e o futuro, já que a Estação se insere num território com forte presença de manifestações da cultura afro-brasileira, como o congo. A culminância das celebrações aconteceu em 29 de novembro, com a Estação Quilombo, que reuniu 1.200 pessoas em apresentações, exposições e um almoço com pratos típicos da cultura negra. O evento foi estruturado para representar um quilombo moderno, simbolizando um espaço de liberdade, resistência e união.