Projeto Trilhos da Alfabetização lança jogos pedagógicos para apoiar a alfabetização de cerca de 70 mil crianças no Maranhão
O projeto Trilhos da Alfabetização lançou, em maio, 10 jogos educativos que tornam o processo de alfabetização mais divertido nas salas de aula de 24 municípios do Maranhão. O novo material didático complementar, assim como os almanaques individuais distribuídos anualmente, aborda elementos da cultura local e fauna da Amazônia, buscando beneficiar aproximadamente 80 mil alunos de escolas rede pública situadas ao longo da Estrada de Ferro Carajás (EFC), incluindo a capital maranhense, Santa Inês e Açailândia.
O Trilhos da Alfabetização, em atividade desde 2020, tem o objetivo de aprimorar a aprendizagem de estudantes dos três primeiros anos do Ensino Fundamental dos municípios participantes. A iniciativa é da Fundação Vale, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), Governo do Maranhão, Consórcio Intermodal Municipal (CIM) e secretarias municipais de educação.
“A alfabetização é uma etapa fundamental do desenvolvimento humano e de extrema importância para a inclusão social. Sem uma alfabetização plena no início da trajetória escolar, todo o aprendizado nos anos seguintes, em diferentes áreas do conhecimento, é prejudicado”, analisa a diretora presidente da Fundação Vale, Flavia Constant.
“No Trilhos da Alfabetização, somamos esforços para a formação contínua de professores, técnicos e gestores de educação. O projeto os apoia para que conduzam essa jornada junto aos alunos de forma prazerosa e valorizando seus saberes locais”, completa.
Aprendizagem significativa e prazerosa
Os Jogos do Trilhos da Alfabetização são divididos em cinco categorias: jogos de reflexão sobre as propriedades do Sistema de Escrita Alfabética (SEA), jogos de consciência fonológica, jogos de consolidação das correspondências grafofônicas, jogos de ortografia e jogos de matemática. A iniciativa também elaborou 248 mil almanaques que dialogam com a cultura local e abordam temas como sustentabilidade, diversidade e combate ao racismo.
“É importante aliar o ensino ao contexto e cultural locais ao brincar, tornando o processo prazeroso e retendo o interesse do aluno. Daí a importância dos materiais complementares”, comenta Flavia Constant.
Os Jogos do Trilhos da Alfabetização são acompanhados por um catálogo, que reúne orientações para os professores. Assim, os educadores poderão tomar decisões pedagógicas articuladas com objetivos de aprendizagem específicos.
“A professora ou o professor poderá formar os grupos com crianças de níveis de conhecimento diferentes, indicando o jogo que deve ser usado por cada grupo, de acordo com os objetivos de aprendizagem que pretenda alcançar. Também poderá formar grupos com crianças que estejam com níveis de conhecimentos semelhantes e indicar os jogos a partir dos objetivos que o grupo precise trabalhar. Desse modo, a mediação será feita de forma mais direta, com resolução de possíveis conflitos e explicação de dúvidas. Além disso, as crianças poderão jogar por iniciativa própria, como parte da rotina da sala de aula, escolhendo seus colegas e jogos de seu interesse”, explicam José Henrique Paim, diretor do Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da FGV, e Vilma Guimarães, consultora do Projeto Trilhos da Alfabetização (FGV).